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Judas e Maria


Elizabete Lacerda

Judas triste solitário relembrando o calvário
Cego de tanto sofrer tem a culpa e o remorso a lhe doer

No meio da noite escura escuta a voz da brandura

"Meu filho por que choras?"

"Acaso não sabes, senhora sou eu o Judas traidor
Aquele que com um beijo entregou o Nosso Senhor

Deixa-me sofrer as dores pois mereço a escuridão
Não há quem me abençoe, me perdoe ou me faça uma oração"

"Meu filho, sei que sofres sei também que te preocupas
Com o remorso que escutas
Venho apenas falar-te confia em Deus que é teu pai
O pai jamais condena um filho à eterna pena

Venho como toda mãe resgatar um filho amado
Sofre então com paciência não estás desamparado"

"Quem és tu que assim me falas sabes tão pouco de mim
És bendita irradiando amor
Não sabes, presença divina do meu fardo e da minha sina
Aquele homem de luz, fui eu que levei à cruz"

"Eu conheço a tua história, vim aqui prá te dizer
Fui eu que dei à luz ao homem chamado Jesus

Venho trazer-te o perdão, conforto e consolação
Levanta, aceita e confia
Sou a mãe de Jesus... sou Maria

Vem dá-me tua mão, vamos recomeçar
Sou a mãe de Jesus, sou Maria"